Officina de Rosario Jordão (pai de Dalmácio) nos anos 1930 em Marília-SP.
Dalmácio Jordão, que mora no Guarujá-SP, concedeu entrevista ao jornal 'Correio Marilense' por e-mail em 25 Março 2012. Ele falou sobre a vida pessoal e como atuou como radialista, até se aposentar como o Repórter Esso, na Radio Tupi de São Paulo.
Dalmácio Jordão chegou em Marília em 1933, com três anos de idade
Dalmácio Jordão nasceu em São José do Rio Preto-SP em 5 Maio 1930, de madrugada. Em 1933, a família Jordão mudou-se para Marília.
Rosário Jordão, natural de Piracicaba-SP e a mãe Maria Cabrera, natural de Cravinhos-SP tiveram 11 filhos: Dalmácio (1930) e Coriolano (1932) nasceram em São José. Os outros 9 nasceram em Marília: Bruno (1934, já falecido); Andréa (1936); Marília (1939); Rosário (1941); Ismênia (1944); Ordálio (1946); Norma (1949); Bracindom (1951) e Wellington (1954).
Sobre o nome de Bracindom há uma curiosidade: 'Meu pai supunha que este seria o último dos filhos e inventou: B de Bruno, R de Rosário, A de Andréa, C de Coriolano, I de Ismênia, N de Norma, D de Dalmácio, O de Ordálio e M de Marília. Mas em 1954 veio o Wellington.'
Em Marília, Rosário instalou sua oficina de relojoaria e ourives e começou a trabalhar. Mais tarde, agregou à oficina os serviços de conserto e aluguel de bicicletas. Com a idade avançando, vista cansada de tanto consertar relógios, fechou a oficina e comprou dois ônibus que faziam a linha Marília-Vila Queiroz. Foi, também, durante muitos anos, motorista de taxi. Nossa mãe, sempre cuidou dos 11 filhos. E como cuidou!
Carteira de Motorista de Rosario Jordão, expedida em Marília em 4 Dezembro 1937.
'Campo do Caveira' perto da rua Campos Salles
“Meu pai, deu-me e, a todos meus irmãos, uma educação rígida, baseada na honestidade, na moral e bons costumes. O seu dia-a-dia, já era, para nós, uma lição de vida. Seu exemplo, até hoje marca nossa existência, quer na vida particular, familiar ou profissional”.
“Em Marília, moramos em vários locais. Na rua Campos Salles, onde havia o Tiro de Guerra, meu pai construiu uma casa. Nos fundos havia o Campo do Caveira, onde joguei muita bola. Recordo-me dos jogos de peteca à noite, em plena rua, com os garotos e garotas vizinhos, em frente à nossa casa; das descidas pela rua, dentro de um pneu de ônibus. Um dia, o pneu bateu em uma parede e caiu sobre meu braço, fazendo dele uma manivela. Das idas aos jogos de baseball no campo japonês, na traseira da moto de meu pai. Muitos anos depois, mudamos para a Rua dos Operários, que depois de 1954, mudou de nome, para rua Presidente Vargas. Foi dalí que saí para São Paulo em 1950. Tive, sem dúvida, uma infância boa e feliz nessa nossa Marília!”
Tardes dançantes do Marilia Tennis Club
A sede do Tennis Club era na avenida Sampaio Vidal. “Eu trabalhava na Rádio Clube de Marília, do outro lado da avenida, e para não perder os bailes, eu escolhia óperas e concertos que duravam de 40 minutos a 1 hora e deixava rodando no prato. Eu corria p'rá lá e dançava até o tempo suficiente para voltar correndo à emissora e encerrar a apresentação. Era bom demais”.
“Footing” aos domingos
“Como era gostoso aguardar a saída do cinema para ver as meninas desfilarem seu charme pela calçada em frente à Brasserie. E as partidas de sinuca no bilhar da Sampaio Vidal. Minhas aventuras no buracão com colegas do Gynmasium e, na volta, um mergulho na piscina do japonês. Lembro-me do Tetsuo Okamoto e do Agenor de Freitas (ambos já falecidos). E tantas e tantas outras alegrias”.
Jordão, que hoje está com 81 anos, conta que começou a atuar como radialista “graças ao programa de calouros do professor Octávio Lignelli.
“Em 1948, eu estudava no Gymnasium Estadual. Inscrevi-me como candidato a locutor e ganhei várias vezes, tendo como apoio meus colegas de classe, que iam ao auditório da rádio para me aplaudir. O melhor candidato era escolhido pelo volume alcançado pelas palmas. Embolsando os Cr$ 50,00 do prêmio, encontrava os colegas na Brasserie e tomávamos Cuba-libre à vontade. Um dia faltou o locutor que “abria” a emissora e o professor Octávio Lignelli foi buscar-me em casa. Nunca vou me esquecer
do dia em que ele bateu à porta de minha casa, cedinho, e me levou
na garupa de sua moto para ‘abrir’ a emissora, que estava sem locutor. A partir
desse dia, fui efetivado como funcionário da Rádio Club de Marília”.
O meu primeiro programa se chamava “Tribuna dos Estudantes”, que contava com a participação dos alunos das várias escolas da cidade, que se apresentavam para cantar, debater assuntos de interesse da classe, fazer reivindicações, elogiar ou criticar. Ficou no ar alguns anos. “Quando sai de Marília, em 1950, o Fausto Battistetti, posteriormente mais conhecido como Fausto Canova, passou a apresentar o programa”.
Código Morse interceptado
Dalmácio Jordão lia as notícias que saiam nos jornais impressos. Mas isso não o agradava. “Eu não queria ser mais um “Gillete Press” – recortar notícias de jornais do dia para levar ao ar. Eu queria passar à frente do Repórter Esso da Rádio Nacional do Rio de Janeiro”.
Sabendo que a agência de notícias UPI - United Press International - transmitia o noticiário por código morse do Rio de Janeiro para emissoras de outras quatro capitais onde havia o Repórter Esso, Jordão procurou o amigo Alfeu Afonso, radiotelegrafista da Compahia Paulista de Estradas de Ferro, para ver o que ele poderia fazer. “Dois dias depois ele aparece na Rádio Clube com cinco laudas de notícias de uma das edições do Repórter Esso. Disse que captava os sinais 40 minutos antes de cada edição. Quer dizer: eu poderia transmitir as mesmas notícias dadas pelo Esso do Rio de Janeiro, meia hora antes”.
A partir daí, ele sugeriu ao professor Lignelli que arrumasse um patrocinador para colocar o noticioso ao ar. “Não foi difícil. O primeiro patrocinador foi Casas Lapa – Repórter das Casas Lapa. Eram quatro edições de 2ª. a 6ª. e duas aos domingos, sempre meia hora antes de cada edição do Repórter Esso do Rio de Janeiro. Foi um sucesso! Meu noticioso era ouvido em Marília e toda região. O Heron Domingues, meu colega do Rio de Janeiro, não era mais “o primeiro a dar as últimas” e sim o Dalmácio Jordão”.
Jordão faz questão de ressaltar que isso ocorreu, sem nenhuma intenção de prejudicar quem quer que fosse. “Nenhum de nós, participantes do acontecido – locutor, radiotelegrafista, gerente e dona da rádio, dona Rosina de Moraes Costa – pensamos que pudesse acontecer alguma coisa”.
Certo dia, inocentemente, Jordão escreveu à Esso falando do noticiário, de sua audiência, e do por quê de o Repórter Esso ser transmitido apenas por 4 capitais de Estado. Por quê não em Marília, considerada a Capital da Alta Paulista e que eu era capaz de narrar o Repórter Esso. Alguns dias depois dona Rosina recebe ordens de suspender, imediatamente, as transmissões do meu noticioso, sob pena de lacração dos transmissores da Rádio Clube. Acabou a alegria! Ou começou minha alegria... pois, alguns meses depois, a Esso me convida a participar de um concurso para escolha do locutor que apresentaria o Repórter Esso pela RádioTupi de São Paulo, já que o noticioso estava deixando a Rádio Record. Fui, vi e venci!”.
A seleção para o cargo de locutor-titular do Reporter Esso foi feita por diretores da McCann-Erickson Publicidade, Esso, United Press e Emissoras Associadas de São Paulo. E a história de como fui convidado a participar do concurso e venci mais de 300 candidatos, é longa e deveu-se a uma ação audaciosa de minha parte. A única participação de dona Rosina de Moraes Costa na história é o fato de o Homero Silva ter comunicado a ela, por telefone, que eu tinha vencido o concurso e que eu deveria me apresentar até dia 15 de agosto de 1950 para assumir o cargo.
Senti-me honrado por haver vencido o concurso e representar o nome de Marília, apresentando, por quase 18 anos, um dos mais famosos noticiários do radio-jornalismo brasileiro. E vivi esses anos intensamente, como locutor, redator, tradutor e correspondente da United Press International, transmitindo o noticiário, inclusive, de minha casa, de bares e da redação da UPI."
Dalmácio Jordão, o seu 'Reporter Esso'
Dalmácio Jordão perpetuou sua história, sua voz e seu texto em diferentes partes do mundo. Sem sair do Brasil, Jordão produziu textos que foram lidos em New York. Desde sua primeira apresentação do Reporter Esso, em 15 de setembro de 1950 pelos microfones da Radio Tupi de São Paulo, ele viveu o Repórter Esso, intensamente. “Não fui apenas seu locutor. Eu estava a postos as 24h do dia. Tinha até equipamento em casa, para transmissão de edições extraordinárias. Fiz cursos de inglês e espanhol visando, um dia, trabalhar na United Press. E consegui, em 1954. Na UPI, fui tradutor, redator de duas das cinco edições do Repórter Esso e correspondente estrangeiro. Só que nunca saí do país a serviço da United Press. Eu era considerado correspondente estrangeiro lá fora, pois as notícias que a UPI de São Paulo mandava para New York para distribuição para o mundo, levavam a minha assinatura: Dalmácio Jordão – correspondente em São Paulo”.
Dalmácio era assediado por políticos de todos os partidos e recebia os mais absurdos pedidos. Conforme o radialista, todos queriam aparecer no “Repórter Esso”. “Confesso que dei atenção especial ao nosso doutor Aniz Badra, que foi presidente da Associação Paulista dos Municípios e deputado federal, sem nunca ter recebido nada em troca, a não ser sua amizade”.
Desde que o assunto fosse notícia, Jordão anotava e transmitia em uma das edições do Repórter Esso. “E ele nunca usava o telefone para falar comigo. Ia à UPI para me cumprimentar, bater um papo e informar as novidades. Gostava dele”.
Dalmácio atualmente
Provocado a fazer uma análise e comparação entre o jornalismo radiofônico do passado e o presente, Jordão destaca que antigamente faltava agilidade, meios para se chegar rápido ao fato acontecido ou que estava acontecendo. “Tínhamos só o Código Morse e o telefone para comunicação com a emissora. Depois surgiram os teletipos e mais tarde, os satélites, a Internet e o telefone celular. A partir daí tivemos uma maior agilização da informação”. Para ele, hoje, o radio noticia o fato ainda acontecendo. É o imediatismo, a ocorrência sendo passada ao ouvinte, pelo repórter ou até mesmo por um radio ouvinte no momento em que está acontecendo.. “Isso é o que torna o rádio maravilhoso”.
Dalmácio é casado, há 42 anos (desde 1972), com Eulice e tem cinco filhos, 12 netos e 6 bisnetos. Tenho 8 irmãos e irmãs, morando em Marília. Sobre as atividades que desenvolve atualmente, Jordão brinca. “Como consta na minha página do Linkedin, na Internet: trabalho na empresa “Dolce Far Niente”, em Guarujá. Quer dizer: faço nada. Nestes meus mais de 80 anos, desfruto as belezas naturais do lugar, a areia da praia e o bate-papo gostoso com os amigos. E há vários marilienses morando lá”.
Apesar da distância, Jordão ressalta que ainda tem amigos e parentes da cidade. A comunicação com eles é feita via e-mail e pelo Facebook. “Tenho oito irmãos e irmãs. Todos adoram nossa cidade”, afirmou. Ele conta ainda que tem muita vontade de voltar, para estar perto dos irmãos e irmãs, de alguns amigos sobreviventes e de novos amigos que, com certeza, faria. “Mas outros motivos me prendem por aqui. Meus filhos, minhas netas e bisnetas queridas”. O que mais o atrai na cidade é “o visual, o crescimento de minha cidade e a conservação de algumas áreas verdes que conheci ainda criança”.
Dalmácio relata notícia que gostaria de ter anunciado
A reportagem do Correio Mariliense provocou Dalmácio Jordão, questionando qual notícia gostaria de ter dado, como Repórter Esso, mas não teve oportunidade.
Ele respondeu que noticiou muitos fatos importantes nos 18 anos de Repórter Esso: os acontecimentos que precederam a morte do presidente Getúlio Vargas, o atentado que matou o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, a renúncia do presidente Jânio Quadros, a descoberta da vacina contra a paralisia infantil, os primeiros passos do homem na Lua, o fim das guerras da Coréia e do Vietnã e tantas outras.
“Mas a notícia que eu gostaria de ter dado, não aconteceu:
WASHINGTON – URGENTE – Terminou a reunião iniciada há cinco dias com a presença de todos os chefes de Estado de todo o mundo. Foi assinado um acordo determinando a Paz Mundial. O país que iniciar uma guerra será penalizado por todas as nações signatárias do acordo.
Essa eu não dei. E nem sei se um dia alguém a dará”.
1964
reportagem da revista 'São Paulo na TV' 13 Janeiro 1964.
'1963, primavera. Decido-me a deixar o radio e a TV. Treze anos transmitindo notícias. Faltam alguns dias para ler minha última edição do 'Repórter Esso'. E à medida que o dia se aproxima, ao apresentar cada edição, sinto um vazio dentro de mim. Acho que é o vazio da saudade'.
Foi assim que Dalmácio Jordão escreveu para a reportagem de 'S.Paulo na TV' sôbre como aguardava o instante de deixar, definitivamente, o programa que o tornou tão conhecido no Brasil inteiro.
Logo, uma 'cara nova' estará no video, ocupando o seu lugar. Mas, apesar da saudade que já sente, Dalmácio encara o futuro com muito otimismo: '
Quero dedicar-me inteiramente à propaganda. É a profissão do meu signo, o Touro. E, como diz meu caro amigo Omar Cardoso, 1964 será o ano do Touro'. Mas esta história, como tôdas as outras, também teve começo e meio.
O começo
Dalmácio Jordão iniciou-se no radio em 1948 em Marília. E é ele quem descreve como foi a estréia: '
Fui tirado da cama às 6:30 da manhã para abrir a emissora de Marília, que estava sem locutor. Participante assíduo de um program de calouros na emissora, chagara, naquela manhã , a minha grande oportunidade. E aproveitei-a bem. Daquele dia em diante passei a locutor titular da PRI-2. Dali para frente, fiz de tudo frente a um microfone: locução comercial, narrador, locutor de rádio-jornal, animador de auditório, produtor e, até mesmo, corretor'.
O meio
Ele se tornou 'O Reporter Esso' em 1950. lnverno. Frio em São Paulo. Um mariliense (eu mesmo) tiritando de frio e nervoso, participava de um concurso para a escolha do locutor do 'Reporter Esso'. Fiz o teste e, num noturno, na mesma noite, regressava a Marília. Uma espera angustiosa que durou 3 dias, após os quais eu era avisado de que vencera e devia assumir meu novo posto na Radio Tupi de S.Paulo. Meu grande sonho tornava-se realidade...'
O começo do fim
'Como locutor do 'Reporter Esso', procurei aprofundar-me o mais possível dentro do mundo da notícia. Ingressei, como tradutor e redator, na United Press International. Durante 7 anos, travei intensamente contacto com a notícia escrita e filmada, fotografada e radio-fotografada daquela agência internacional. Foi uma grande escola'.
E agora?
Agora, Dalmácio Jordão deixa uma lacuna difícil de ser preenchida.
O moço que nasceu em
São José do Rio Prêto-SP, começou em Marília-SP e consagrou-se em São Paulo, transfere, para outro a responsabilidade que recebeu há 7 anos atrás. Acrescida pela fato de que, durante êsse tempo, o posto foi ocupado por um moço simples, sem vaidade, porém dotado de extraordinários dotes. Sim, a responsabilidade do moço que começa é muito maior do que a de Dalmácio Jordão quando êste iniciou. Por uma razão muito simples: o moço que começa agora terá de substituir Dalmácio, problema que êste não teve de enfrentar.
texto da revista 'São Paulo na TV' de 13 Janeiro 1964.
Dalmácio Jordão comenta sobre sua biografia em Dezembro de 2012
Carlus: Quem lhe substitui no comando d' O Reporter Esso na Radio Tupi de S.Paulo em 1964?
Dalmácio: 'Quem me substituiu, durante aproximadamente 9 meses, em 1964, foi o
Fabbio Perez que venceu o concurso para ser meu substituto. Deixei o 'Repórter Esso' porque me indispus com a direção das (Emissoras) Associadas e solidarizei-me com meu amigo e colega
Kalil Filho, apresentador do 'Repórter Esso' da TV Tupi, que estava deixando a emissora.
A partir de 1º de janeiro de 1965, o 'Repórter Esso' saiu da Tupi e foi para a Radio Nacional de São Paulo. Convidado pela Esso e McCann-Erickson a voltar, eu aceitei. Pouco tempo depois, os Marinho compraram, do Victor Costa a Radio Nacional, que passou a chamar-se Radio Globo de São Paulo. Fiquei até o final do noticioso, em 31 de dezembro de 1968.
Carlus: Você se arrependeu de ter deixado o 'Reporter Esso' ainda tão jovem?
Dalmácio: Não é que me arrependi, Carlus. Eu não tinha alternativa. 'O Repórter Esso' havia acabado. Mesmo assim, continuei na Globo, só que na Televisão, apresentando um noticioso chamado O Globo em 2 Minutos. Fiquei de 1965 a 1968, quando saí para dedicar-me exclusivamente à Propaganda onde já vinha trabalhando há anos.
Comecei na McCann-Erickson, como Supervisor do Repórter Esso da TV Tupi, depois botaram-me como contato, atendendo entre outras contas, a Esso e a Coca Cola. Em 1973, fundei minha própria Agência, a Dejota Propaganda. Em 2000, aposentei-me e passei a Agência para meu filho Renato, que não deu continuidade por partir para outra atividade profissional.
Carlus: Você deixou o Reporter Esso no início de 1964. Em 1o. de Abril de 1964 houve um Golpe Militar, onde se quebrou o regime democrático instalado desde 1946. Houve alguma interferência em sua carreira?
Dalmácio: Não. O golpe militar de 1964 não chegou a afetar-me, profissionalmente. Eu já havia deixado o 'Repórter Esso'. Afetou, isto sim, meu substituto, o Fábbio Perez, que foi obrigado por militares e censor a deixar de apresentar a edição das 8 horas da manhã de 1º de abril. Meu noticiário da TV Globo, não era ainda muito conhecido. O 'Repórter Esso', sim, chamava a atenção dos militares, por ser o mais importante noticiário de Rádio e TV brasileiros.
Dalmácio Jordão.
Atendendo a pedido de meu filho, vamos, então, contar a minha versão, que é a verdadeira: o
Milton Figueiredo, quando assumiu o noticiário, em 1950, era o apresentador temporário.
O Repórter Esso havia saído da
Radio Record e, então, foi realizado um concurso para escolha de um novo titular que o apresentaria pela
Radio Tupi.
Eu venci esse concurso, do qual participaram mais de 300 candidatos. E acabei ficando à frente do Repórter Esso, na Radio Tupi e, depois, na Radio Nacional Paulista, por 18 anos, isto é, até o seu final, em
31 dezembro 1968. É isso aí...
Dalmácio Jordão,
12 Janeiro 2017.
Meu pai, Rosario Jordão, seu carro Lincoln 1941, que ele usou como carro-de-aluguel por muitos anos em Marília; a família nos altos da escadaria. Dalmacio Jordão posted at Facebook on 18 July 2017.