Tuesday, March 23, 2021

Liana Eppinghaus Barbalho texts

Liana caught up looking at Bill Evans' album 'Conversations with myself' circa 1967-1968 by her cousin Roberto Eppinghaus. 

João Gilberto's Bossa Nova conquers New York 

(A Bossa Nova de João Gilberto conquista New York)

Do baú das cartas de uma bolsista brasileira nos EEUU

N.Y., 28 November 1964

Este dia foi mesmo um dia musical porque à noite fomos a New York City ver, imaginem quem? João Gilberto! Fiquei num estado de espírito inimaginável, não via a hora de chegar ao concerto. Dad nos levou até o bairro de Jamaica de carro, onde tomamos o subway para Manhattan. O subway cada vez me encanta mais, e justamente pelas coisas que outras pessoas o detestam: a velocidade, o barulho, a multidão indo e vindo, a falta de limpeza... Máquinas de comprar cigarro, sodas, chicletes... todo o maquinário de uma sociedade cheia de novidades...

João Gilberto se apresentava no Town-Hall, um dos grandes teatros da Broadway, que não é tão grande e bonito como o Carnegie Hall, mas tem uma ótima acústica.

Desembocamos em plena Rua 42, no meio do maior movimento, centenas de luminosos, dezenas de cinemas feericamente iluminados, milhões de pessoas!

O teatro estava completamente lotado e as palmas quando João Gilberto apareceu foram de arrepiar. Imediatamente comecei a chorar e mais quando aquela batidinha da bossa nova aumentando gradualmente, ía chegando em mim... E o tema do “Samba de uma nota só” encheu o ambiente!

Além de João Gilberto, estavam o baterista do “Tamba Trio” e um contrabaixista. As músicas “Garota de Ipanema”, “Ela é carioca” e muitas outras fizeram um sucesso tão grande, que é mesmo contagiante. É preciso lembrar que as letras são em português e ninguém as entende, mas é tal a força de nosso samba que todos vibram. Eu soluçava... No intervalo algumas pessoas pediram para eu traduzir algumas palavras dos títulos.

Na segunda parte houve uma surpresa. João estava cantando “Nêga do cabelo duro" quando apareceu um dos melhores “jazzmen” de hoje, o flautista Herbie Mann. Foi de improviso e é realmente emocionante ver quanta importância se dá à Bossa Nova por aqui. Herbie Mann não fazia parte do show e só participou em 2 músicas. Foi fabuloso! Além disso João Gilberto dá tamanho significado a cada palavra, que é uma verdadeira poesia triste de um homem triste... No final de cada canção ele não diz nada, apenas baixa a cabeça num gesto de humildade...

Os números finais foram “O que é que a baiana tem?” e “Aquarela do Brasil”, que ouvida longe da terra é de arrepiar!... João Gilberto voltou 4 vezes para bis. É inútil dizer o que senti, um desespero tremendo desejando estar no Brasil... Decidi falar com ele de qualquer maneira...Não sabia como nem onde, mas carreguei a turma toda para perto do palco abrindo caminho pela multidão e por fim, encontrei uma pequena porta que abri. Subimos uma escada e lá estava João, no meio de empresários e de um grupo de pessoas que aumentava a cada instante, querendo cumprimentá-lo. Foi uma consagração! Dirigi-me a ele e disse que era brasileira e sentia orgulho de ver nossa música tão bem representada. Ele também estava emocionado e não pode falar muito. Deu autógrafos a Carol e Madeleine (as irmãs americanas), que ficaram encantadas com a sua simpatia e naturalidade... 


Bergamo Pedrosa wrote on 22nd March 2021: Liana, lia com prazer e detalhadamente o que você escrevia e com certeza me despertou o interesse de conhecer o 'American way of life'. A época fazia ICBEU, com bolsa de estudos, que recebi da Rádio Dirceu. Seu texto, era aguardado ansiosamente por muitos. E em 1969, vivi experiência semelhante, no Garden State, New Jersey. Você é ótima.

Liana Eppinghaus Barbalho Silva Teles replied: Bergamo Pedrosa, Obrigada... agora é que estou organizando esse material, mas acho que muita coisa se perdeu;  foram publicadas durante um ano no 'Correio de Marília' e em São Paulo na 'Folha Santamarense'... Escrever era a forma de matar um pouco as saudades... A sua experiência deve ter sido ótima.

Liana Eppinhouse and Patricia Senne in Washington, D.C. in September 1965.

Two Marilia denizens at the White House in Washington, D.C. 

Em 1965, Patrícia Senne e eu participamos de um intercâmbio estudantil nos Estados Unidos, promovido pelo AFS (American Field Service). Os intercâmbios daquela época eram bem diferentes – a permanência de um ano era obrigatória, em família escolhida cuidadosamente para haver uma boa adaptação, de ambos os lados. Havia uma batelada de testes e entrevistas - afinal, tínhamos apenas 15 anos, era preciso saber se conseguiríamos ficar esse tempo todo longe da família (a comunicação era difícil, só por telefone e caríssimo! - restavam as cartas...). A estadia não era paga, mas quem desejasse, poderia fazer uma doação de 500 dólares para a instituição. 

Eram mais de 1000 estudantes do mundo inteiro espalhados pelo país inteiro. Nós duas, colegas de classe e muito amigas, viajamos em turmas diferentes; Patrícia foi para Ohio e eu para o estado de Nova York. Frequentámos a escola (a High School), numa série equivalente ao 3º colegial e devíamos obediência à família, por nós inteiramente responsável. Foi uma experiência magnífica em que aprendemos muito, mas também não foi fácil. Durante esse ano eu não vi a Patrícia, mas nos correspondíamos bastante, falando sobre Marília, os nossos amigos, e muitas vezes criticando o “American way of life”, muito diferente do nosso. Recebíamos inúmeros convites para palestras, para falar sobre o Brasil; oportunidade para conhecer  “exchange students” (bolsistas) de outros países e aprender também.

O último mês passamos viajando por alguns estados, ficávamos dois ou três dias com novas famílias. O ônibus tinha mais 30 estudantes de vários países – no meu havia mais um mineiro e uma gaúcha e finlandeses, suecos, italiana, uma menina do Irã, etc – Essa viagem também foi inesquecível e divertidíssima; estávamos saudosos de nossas famílias e países, o ambiente era descontraído e de muita confraternização. A última cidade da “bus trip” era Washington D.C., onde permanecemos por 3 dias antes de tomar o avião de volta. 

Pois foi lá que encontrei a minha querida amiga, finalmente, precisamente na Casa Branca, numa recepção que o Presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, ofereceu a todos os bolsistas. (Como o estudante era valorizado e respeitado naquela época! A gente até esquece...). Ainda tivemos uma recepção na Embaixada Brasileira, em que o Embaixador Juracy Magalhães ofereceu aos mais de 200 estudantes brasileiros uma deliciosa feijoada! E voltamos para casa...Patrícia para Marília e eu para São Paulo, onde já morava... Não sei se fomos as primeiras, mas depois muitos marilienses também fizeram o AFS.

Liana Eppinghaus Barbalho Silva Teles with the White House in the background.
'Vozes da Memória - Histórias de Marília 1930-1960' autographed on 25 July 2022

Friday, March 5, 2021

Avenida Sampaio Vidal corner with Prudente de Morais

 

Gorgeous Marília in the 1940s; corner of Av. Sampaio Vidal with Rua Prudente de Morais with bar-bombonière A Paulicéia owned by a man called Arcelino. See the tables with men sitting and chatting inside the bar. On rua Prudente, one can see Relojoaria Ghedini which was later owned by Mr Romeu Florin.

Same place where one can see Tabacaria Marília next to A Paulicéia.
same building in the late 1940s... Café Delphino (?).
Rua Prudente de Morais corner with Rua 4 de Abril in 1929; Casa Tem-Tudo would give its location to Casa Econômica in the future.
Avenida Sampaio Vidal looking West from Rua Campos Salles.

Sunday, February 28, 2021

Igreja de São Sebastião

Igreja de São Sebastião at Rua Almirante Barroso, 183 is etched on my mind since I was a boy of 8 or 9 years old. 
Saint Sebastian's tower seen from Avenida das Indústrias...



Sunday, July 26, 2020

Grupo Escolar Gabriel Monteiro da Silva aka II Grupo

Grupo Escolar Gabriel Monteiro da Silva circa 1960.

Waldir Lopes is not sure if the photo of his Grupo Escolar Gabriel Monteiro da Silva class was taken in 1952 or 1953. Waldir mentioned the names of those he could still recall in January 2016: Professora Lourdes plus Luiz Carlos Rosseto, Geraldino, Pedro Brene, Herval Pimentel, Higino Muzzi Filho, Jaime Argolo Ferrão, Matheus Ricci, Pedro Avelaneda, Alberto Luiz Badiz, Carlos Joaquim dos Reis, Waldir Lopes (himself), Otavio Mamede Jr., Edmilson Maniscalco and Wilson Crippa Capia.
Sergio Godoy in 1956 (he moved to São Paulo with his family in 1957).
1o. ano at G.E.G.M.S. in 1955; Sergio Godoy is the one circled.
 Adilson Cavalcanti Dantas at his 4th & last year (1960). 
Grupo Escolar Gabriel Monteiro da Silva class photo in 1963
Adilson, born on 17 September 1946, and his certificate of completion of Primary Education.

Sunday, July 19, 2020

Business in the 30s & 40s

Sorveteria Carioca on Avenida Sampaio Vidal in 1931
Wedding cake done at Padaria Rex in the 1940s.
Cake concocted by Fausto Peixoto de Sampaio for Padaria Rex.
Auto Vulcanização São Luiz owned by Victorio Romão (the older man on the right) with his son Norival Romão (boy sitting on top of the tyre) in the mid-1950s. Posted by Maitê Sampieri Correa, daughter of Nivaldo Romão who was Norival's brother. 

On Avenida Sampaio Vidal, between Rua Prudente de Moraes & Rua 9 de Julho one can see: Liga Municipal de Futebol, A Paulicéia Restaurante, Salão Royal, Ótica, Brasserie, Banco Brasileiro de Descontos, Café Hawaí, Edifício Marília.

Sunday, June 14, 2020

Rua Prudente de Morais

 Casa Econômica on rua Prudente de Moraes with & rua 4 de Abril.
Same corner rua Prudente de Moraes with rua 4 de Abril in 1929.

rua Prudente de Morais looking South to Avenida Sampaio Vidal in 1971.
rua Prudente looking North to Igreja Santo Antonio in 1971.

Monday, June 1, 2020

Avenida Brasil in 1938

Avenida Brasil being paved with cobblestones in 1938. It was a short street starting at Rua 9 de Julho and ending at Rua Paraná. It runs along the railway tracks having British-like brick houses built especially for those who worked at Cia Paulista de Estrada de Ferro on the left hand side. 
Avenida Brasil looking towards Rua Paraná.
Avenida Brasil looking towards Rua 9 de Julho
Same place a few weeks later: Evaristo Bolfarini (wearing a bow-tie) with friends on newly paved Avenida Brasil looking towards Rua 9 de Julho, in 1938.
Renata Bolfarini Barrueco wrote at FB's Memória de Marília: Essa fotografia mostra a loja-de aluguel-de-bicicletas do meu avô Evaristo Bolfarini. Ela ficava na Avenida Brasil, em frente a o que seria o Terminal Urbano nos anos 1990s. Suponho que seja 1938. Calculo a data porque meu pai é o garotinho que está sentado no chão de roupa de marinheiro, em frente ao meu avô, e aparentava ter uns 4 anos. Ele nasceu em 1934.