Friday, October 19, 2012

OCTAVIO LIGNELLI & PRI-2

um jovem Octavio Lignelli posa orgulhosamente ao lado de Francisco Alves, o cantor mais popular do Brasil das decadas de 30 e 40.
Octavio Lignelli acompanha Clarice Sanches e o cantor mariliense Francisco Alves. Monsignor José Millaré Sobrinho segura o microfone.
Clarice Sanches, dr. Antonio Augusto Avelar, advogado que morava na Avenida proximo ao 'Magalhães', Monsignor José Millaré Sobrinho e Octavio Lignelli esperam a hora de subir ao palco.
Octavio, sempre muito cuidadoso com crianças, ajuda a pequena rainha a se preparar para seu reinado.
Monsignor Millaré faz o mestre-de-cerimônia.
e o povo mirim assiste a tudo com muita atenção.
mais multidão mariliense...
Octavio Lignelli não era o Pied Piper de Merlin, mas empunhando seu violão, arrebanhava um exército de crianças para o auditório da Radio Clube de Marília nos anos 40s e 50s. Aqui vemos frente da casa onde funcionava a PRI-2 nos anos 1940, na esquina da Avenida Rio Branco com rua 24 de Dezembro.
Radio Club de Marilia quando funcionava em cima do Cine Bar, nos anos 1940s.
sacada da Radio Clube de Marília em 1953. Note ao fundo a torre única da original Igreja de Santo Antonio
Octavio Lignelli aparece um primeiro plano circundado de um mar infantil no auditório da Radio Clube de Marília numa solenidade noturna.

OCTAVIO  LIGNELLI 

Octávio Lignelli nasceu Batatais-SP a 25 Março 1918

Em 1936, com apenas 18 anos, viajou em tournee pelas principais cidades da América do Sul acompanhando um conjunto norte-americano de jazz.

Chega em Marília em 1937, vindo do Rio de Janeiro. Participou de várias audições de piano na PRI-2. Desenvolveu um método próprio para o ensino de violão tornando-se muito popular entre os marilienses.

Em 1938 cria o legendário “Programa Infantil” para a Radio Clube de Marília, aos domingos de manhã, acompanhando as crianças com seu regional. 

Além de suas atividades na PRI-2, Lignelli apresenta-se regularmente em recitais beneficentes no Marila Tennis Club, tendo tocado em 16 de julho de 1940, ao lado de Charmorro, executando peças clássicas como 'Vidalita', de Agustín Barrios, 'Celita' de Tarrega e 'Liebestraum', de Lizt.

Em 1943, Lignelli passou de diretor-artístico a gerente da PRI-2. Logo criou o 'Teatro do Lar', 'Apresentação Camo Valentim', 'Teatro Relâmpago', 'Apresentação Omar 'Nunes' Cardoso', 'Os Maiorias do Ritmo', 'Memento Romântico de Poesias' etc. Além de continuar tocando com Atílio Cizoto e Zozô.

Lignelli ainda apresentava-se regularmente na Sociedade Mariliandia, Chá Social etc.

Em 1946, criou o popularíssimo 'Oportunidade', programa de calouros que fêz história local, com apresentação de José Miguel Neto, revelando grandes nomes que partiram para outras paragens. 

De 1949 a 1969, Lignelli sempre foi figura exponencial no meio artístico-musical de Marília. Compôs musicas carnavalescas, acompanhou o conjunto Anjos da Cara Suja, além de estar sempre a postos para o acompanhamento musical das celebridades que visitavam a cidade-moça, entre os quais os cantores Francisco Alves, Orlando Silva, Sylvio Caldas, Vicente Celestino, Luiz Gonzaga, Gilberto Alves, Blecaute, Ivon Cury, Emilinha Borba, Marlene, Hebe Camargo (na época morena e sambista), Angela Maria, Cauby Peixoto, Carmélia Alves, Nelson Gonçalves, Anísio Silva, Maysa, Isaurinha Garcia e Elizeth Cardoso.

Deu apoio musical a figuras de teatro e cinema como Procópio Ferreira, Oscarito, Grande Otelo, Manuel da Nóbrega, Zé Fidelis, Pagano Sobrinho, Silvino Neto (pai de Paulo Silvino), Teixeira Filho, César de Alencar e Juca Chaves. E colaborou até com maestros do calibre de Ary Barroso e Sylvio Mazzucca, além de músicos renomáveis como Baden Powell e Luís Bordón.

Em 1955 tocou em programas de estúdio com a adorável pianista Amélia Brandão que residia em Marília e mais tarde, se tornou a querida e admirada Tia Amélia das emissoras paulistas.

Em 1958, foi contemplado pelo embaixador do Japão em nome do imperador com uma viagem ao Japão e um diploma, por ser considerado a “maior sensibilidade musical” e “O Mago das Cordas”. Nesta ocasião, compôs a segunda parte de uma musica de Massa Koga, que muito agradou a colônia japonesa. “O Diário de São Paulo” publica um artigo elogiando as seis musicas de Octavio Lignelli que foram gravadas: 'Flor do amor', 'Minha vida em suas mãos', 'Palco da vida', 'Longe dos arranha-céus', 'Cachoeira da ilusão' e 'Gotas do amor'. Na verdade, Octavio Lignelli compôs mais de 500 músicas entre clássicas e populares.

Em 1968, com 50 anos, venceu o I Festival do Compositor Mariliense, com “Desilusão”, interpretada por sua filha Lúcia Helena, ganhando o troféu “O cantador”.

Ao falecer exercia o cargo de delegado-regional da Associação das Emissoras de São Paulo, e gerente da rádio Itaipu FM.

Deixou a Rádio Clube de Marília, sua querida PRI-2, Rádio Itaipu FM e sua cidade que tanto amou, aos 12 de junho de 1983.

Octavio e seu Regional voltando de uma excursão pelo Paraná em 15 Novembro 1938.
o Regional aproveita a parada em Garça para esticar as pernas - 1940.

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